“Ora, como recebestes Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele, nele radicados, e edificados, e confirmados na fé, tal como fostes instruídos, crescendo em ações de graças. Consolai-vos, pois, uns aos outros e edificai-vos reciprocamente, como também estais fazendo” (Colossenses 2:6-7 e 1 Tessalonicenses 5:11).
Seguindo com as nossas pastorais sobre os mandamentos recíprocos, mais uma vez encontramos no Novo Testamento, uma profusão de ensinamentos voltados aos compromissos mútuos dos crentes, tendo como pano de fundo a preocupação de Deus em relação à qualidade (profundidade, extensão e comprometimento) dos relacionamentos entre os membros da “Sua família”.
Deus sempre conheceu, em sua totalidade, os problemas e desafios inerentes aos relacionamentos humanos, aliás, Ele nos criou seres humanos relacionais, por isso, a Bíblia é rica em ensinamentos nesta área.
Sabemos que Deus nos edifica pela Sua Palavra e, em sendo edificados, somos desafiados a nos tornarmos edificadores dos outros.
Na visão do apóstolo Paulo, um dos propósitos do ministério da Palavra é o “aperfeiçoamento dos santos para o serviço” e a consequente “edificação do corpo de Cristo”, por isso disse: “deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros [...] Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem” (Ef 4:25-32).
Tendo essa orientação paulina como pano de fundo, à luz dos demais ensinamentos neotestamentários podemos dizer que edificaremos uns aos outros quando: 1). Ensinarmos uns aos outros (Cl 3:16); 2). Encorajarmos uns aos outros (Hb3: 13); 3). Aconselharmos e Admoestarmos uns aos outros com graça em nossos corações (Cl 3:16).
Essa seção de mandamentos recíprocos visa fortalecer os relacionamentos entre os crentes e, por conseguinte, promover o crescimento e a edificação do “corpo de Cristo”. De fato, as dificuldades interpessoais existem, e quando não são administradas à luz da Palavra, causam danos e deterioram os relacionamentos pessoais na Igreja. Na maioria das vezes, o estresse e as dificuldades interpessoais vêm do nosso desejo de “morder e devorar uns aos outros” (Gl5: 15 - “morder” é uma metáfora significando: “ferir a alma, cortar, lacerar, atormentar, despedaçar com repreensões”). “Aqueles que tomam parte em fofocas e calúnias tendem, eles próprios, a ter problemas (sentimentos de inferioridade, necessidade de ser notado, desejo de controlar ou ter poder e outras inseguranças). Essas pessoas precisam de ajuda para abandonar esse modo nocivo de lidar com seus conflitos internos”.
Quando Paulo diz: “A palavra de Cristo habite em vós abundantemente”, está exortando-nos à prática baseada na Palavra. Quando a Palavra de Cristo habita em nós de um modo abundante, certamente, os nossos relacionamentos serão moldados por ela. Por conseguinte, devemos sempre usar palavras edificantes, cheias de graça, e aplicá-las a nossa própria vida e aos nossos relacionamentos interpessoais. Por isso, devemos “seguir as coisas da paz e também as da edificação de uns para com os outros” e assim, ‘edificar-nos-emos reciprocamente’ (Rm 14:19 e 1Ts 5:11).
Em momento algum o crente pode esquecer que, especialmente, quando se trata de relacionamentos interpessoais, a lei da reciprocidade é absoluta e extremamente clara, ou seja, como disse Jesus: “com o critério com que julgardes, sereis julgados; e, com a medida com que tiverdes medido, vos medirão também” e mais, “tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles; porque esta é a Lei e os Profetas” (Mt 7: 2, 12). “Esse princípio pode ser considerado uma joia inestimável para os relacionamentos sociais. É positivo, está baseado no amor, é universal e estende a lei de Deus acima e além da lei humana”. Quem leva a sério esta ‘regra áurea’ beneficia os outros e a si próprio.
Tiago afirma que “todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, esse é homem perfeito e capaz de refrear também todo o corpo”(Tg 3:2). Creio que de um coração onde a Palavra de Cristo habita abundantemente, cheio do Espírito Santo e da Graça de Deus, dificilmente sairá alguma palavra torpe.
Deus nos edifica para edificarmos uns aos outros (2Co 1:4) por meio de ensinamentos, encorajamentos (estímulos positivos), aconselhamentos e admoestações, sempre baseados e motivados pela graça. Portanto, somos a família de Deus, sendo edificada para edificar!
Deus nos edifica para edificarmos uns aos outros (2Co 1:4) por meio de ensinamentos, encorajamentos (estímulos positivos), aconselhamentos e admoestações, sempre baseados e motivados pela graça. Portanto, somos a família de Deus, sendo edificada para edificar!
Pr. Marcos Serjo
Pastor Sênior da IPB Central de Cuiabá
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