“[...] e qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, será servo de todos, pois, o próprio Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos” (Mc. 10:42-45).
Nesta pastoral, estudaremos a última seção dos mandamentos recíprocos, que trata dos imperativos divinos para o serviço cristão, a saber (dentre outros): “sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor” (Gl 5.13); “levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo” (Gl 6.2); “sede, mutuamente, hospitaleiros, sem murmuração.Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus” (1Pe 4.7-10); “sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou” (Ef 4.32); “Orem uns pelos outros” (Tg 5.16).
A Bíblia não economiza exortações e admoestações quanto ao serviço cristão. Ser servos uns dos outros é um dos maiores privilégios da graça salvadora de Cristo para os verdadeiros crentes. Somos servos e o nosso principal serviço é servir!
Na realidade a missão da Igreja no mundo é ser como Cristo em tudo. Jesus foi o primeiro missionário e toda a nossa missão emanadEle. Esta é a maravilhosa verdade da encarnação. Deus se fez homem! “O Verbo se fez carne habitou entre nós”.
Jesus não cumpriu a sua missão de longe, Ele se encarnou, se identificou com os homens e viveu como homem, no meio dos homens e é assim que ele nos envia. Enviados por Ele somos também homens no meio dos homens.
Assim sendo, se a Igreja quer levar às últimas consequências o exemplo de Cristo na encarnação, tem que pregar e viver uma mensagem pertinente, absolutamente comprometida com a Bíblia e, nesse sentido, cumprir o seu papel de ser uma comunidade de homens no meio dos homens é uma questão de entrega e serviço (Mc. 10:42-45).
O amor de Deus não se conhece somente na encarnação de Cristo, em sua vinda para morar entre os homens. “O caminho da exaltação que dá a Cristo o domínio final, passa pela humilhação e pelo sacrifício da cruz”. Há um caminho semelhante para o discípulo de Cristo, para o enviado de Cristo (1Jo 3: 16-18).
A entrega e o serviço têm, quase sempre, um caráter sacrificial. Não se trata de esperar que nos sobre para dar ou para servir. Trata-se de dar a própria vida, aquilo que é parte de nós. “Gastar-se” em linguagem paulina (2Co 12:15).
Este caráter sacrificial do serviço é parte da maturidade espiritual que devemos aspirar. O serviço cristão não é optativo, não é algo que podemos fazer se quisermos. É a marca da nova vida. Se somos de Cristo, temos que ter o espírito de serviço de Cristo, não há em nós mais espaço para o egoísmo. Nossa nova atitude é a evidência da nossa experiência espiritual. “Creio no que vivo e vivo o que creio”!
A vida nova com Cristo significa uma atitude nova diante de Deus e do próximo, uma nova maneira de ver as pessoas e as coisas. O novo homem em Cristo Jesus, não é mais “lobo do homem”, egoísta e interessado em sua própria felicidade, seu próprio bem-estar, sua própria “salvação”.
Como servos de Cristo, temos que nos aprofundar mais na dimensão total da mudança que Ele operou em nós. Nosso evangelho será falso se após o encontro com Cristo (a conversão), nossa vida não for caracterizada pelo espírito de serviço e de sacrifício.
Ser servo uns dos outros, exige abnegação, humildade, coragem, desprendimento, altruísmo, voluntariedade, e, muitas vezes, abrir mão das conveniências pessoais e circunstanciais, em função das necessidades do outro (irmão/próximo).
Na cruz, Cristo carregou a carga mais pesada do mundo, a carga dos pecados de toda a humanidade e, na plenitude dos tempos, ainda estende a todos o Seu convite: "Vinde a mim, todos vós que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei".
Segundo o apóstolo Paulo, como servos de Cristo, temos que agir como Ele e “levar as cargas uns dos outros”. Na visão de Lutero, os cristãos precisam ter ombros fortes e ossos robustos, para poderem colocá-los sob as cargas pesadas daqueles que estão gemendo e não conseguem suportá-las.
Cristo já carregou a nossa carga, agora é a nossa vez de carregar as cargas uns dos outros, “assim, cumpriremos a Sua lei”.
À luz da Bíblia, “a vida de servo é a maior razão do cristianismo”. Servir é o nosso serviço!(Gálatas 6:9).
Pr. Marcos Serjo
Pastor Sênior da IPB Central de Cuiabá
Creio que precisamos, cada vez mais, ter nossa Missão reavaliada pelo prisma do serviço, da utilidade. Dessa forma, ficaria fácil retomar a caminhada interrompida e/ou avaliar pontos faltosos.
ResponderExcluirDeus falou comigo através deste post.
Que Ele continue honrando teus esforços.... grande abraço.... IntéMax!