“Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros.Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (João 13:34-35)
Em pastorais anteriores, vimos que nos planos de Deus, a família é extremamente relevante e tem insubstituível papel na formação saudável de todos que a compõe.
E nesse contexto a Bíblia deixa claro que é “propósito eterno de Deus ter uma família de muitos filhos iguais a Jesus” e, Ele tem chamado a muitos, para no seio da Igreja, ser essa família.
A Igreja é uma família de famílias, planejada por Deus para ser lugar de bênção, de cura, de relacionamentos, de crescimento, de amor, de misericórdia e vínculos eternos. Nós somos membros dessa família e, no contexto da Igreja, somos chamados para vivermos em comunhão, unidos no Espírito Santo em perfeito amor, crescendo juntos “naquele que é a cabeça, Cristo”.
É fato que o pecado não deixou nada intacto nem no homem e nem no universo, tudo foi contaminado. Nenhuma família é perfeita e nesse sentido, todas são iguais. Contudo, as famílias que vivem sob o novo mandamento, são diferentes.Infelizmente, as imperfeições existem! Não existe Igreja (“visível”) perfeita! Entretanto, sob o novo mandamento, a Bíblia nos desafia a vivermos, na Igreja, uma experiência diferente. As imperfeições podem ser superadas, as fraquezas podem ser fortalecidas, o incompleto pode ser completado, as barreiras podem ser derrubadas, o passado pode ser vencido (no presente) pelas certezas do futuro.
A Igreja é lugar de relacionamentos mútuos, que visam à unidade do corpo e a edificação de cada membro, como explica o apóstolo Paulo: “Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus,edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular;no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor,no qual também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito (Ef2:19-22 e Ef 4:15-15).
À luz da Bíblia podemos ver que a proposta de Deus para a eficácia dos relacionamentos na “família da fé” (a Igreja) está na mutualidade. Na “família de Deus”, a experiência de cada membro é uma via de mão dupla, de mutualidade.
Como membros do “corpo de Cristo”, da “família de Deus”, somos também, “membros uns dos outros” e, portanto, inevitavelmente, temos responsabilidades mútuas. Não é sem propósito que a Bíblia diz: “alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram” e “exortai-vos mutuamente cada dia, durante o tempo que se chama Hoje, a fim de que nenhum de vós seja endurecido pelo engano do pecado” e, completa com severa advertência:“se vós, porém, vos mordeis e devorais uns aos outros, vede que não sejais mutuamente destruídos” (Rm 12:15; Hb 3:13; Gl 5:15).
Já sabemos que enquanto o pecado fizer parte da nossa história, os problemas e conflitos existirão e sempre dificultarão os nossos relacionamentos. Não há dúvidas de que a mutualidade é a resposta de Deus para que os Seus filhos (os membros da Sua família) construam relacionamentos saudáveis e vivam como Ele quer.
Biblicamente, quando falamos de mutualidade, como proposta de Deus para vencermos a crise de comunhão, o pragmatismo e a superficialidade e, experimentarmos um nível (uma dimensão) mais elevado da vida cristã, com verdadeira “exortação em Cristo, consolação de amor, comunhão do Espírito [e] entranhados afetos e misericórdias”, estamos falando dos “mandamentos recíprocos”.
Os mandamentos recíprocos (em número de 40 ou 25 ou 15 conforme a visão do biblicista), caracterizados no Novo Testamento com a expressão “uns aos outros”, têm muito a ver com as nossas “inter-relações” e indicam as nossas obrigações mútuas e as nossas oportunidades de expressar a vida em comum. Têm relação com as coisas que os cristãos devem fazer e/ou evitar mutuamente, a fim de preservarem “a unidade do Espírito no vínculo da paz” (Ef 4:3).
Geralmente os mandamentos recíprocos são apresentados na forma positiva ou na forma negativa com, basicamente, quatro objetivos: valorizar os relacionamentos; preservar a unidade do Corpo; contribuir para o crescimento dos outros, e; promover o serviço cristão.
A Igreja como uma família é igual a todas as outras porque, como as demais, é formada de pecadores; contudo, concomitantemente, é diferente, e como tal, busca preservar a unidade, manifestar a diversidade e viver em mutualidade.
A Igreja como uma família é igual a todas as outras porque, como as demais, é formada de pecadores; contudo, concomitantemente, é diferente, e como tal, busca preservar a unidade, manifestar a diversidade e viver em mutualidade.
Assim sendo, a Igreja será diferente e fará a diferença à medida que compreender e praticar os mandamentos recíprocos. Nas próximas devocionais seguiremos meditando sobre os mandamentos recíprocos.Acompanhe-nas!Deus abençoe a nossa Igreja.
Pr. Marcos Serjo
Pastor Sênior da IPB Central de Cuiabá
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