terça-feira, 22 de março de 2011

AMIGO OU INIMIGO? CUIDADO!



(13) Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor [...] (16) Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne. (17) Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer [...] (1) Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigirdes-lo com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado [...] (6) Mas aquele que está sendo instruído na palavra faça participante de todas as coisas boas aquele que o instrui [...] (8) Porque o que semeia para a sua própria carne da carne colherá corrupção; mas o que semeia para o Espírito do Espírito colherá vida eterna. (9) E não nos cansemos de fazer o bem, porque há seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos (Leia Gálatas 5:13 a 6:10).

            Nas duas pastorais anteriores analisamos e relembramos a Reforma Protestante do século XVI e concluímos que acima de tudo, aquele movimento, na realidade, representou um visitar do Espírito Santo (“[...] e Deus visitou o Seu povo”- Lc 7:16), um poderoso avivamento espiritual com o objetivo claro de despertar a Igreja, literalmente, entorpecida pelo pecado
            Hoje, inspirados pelo movimento da Reforma, comparando os contextos, da Idade Média e Contemporânea, não temos dúvidas de que a Igreja do século XXI precisa, com urgência, experimentar um novo e verdadeiro avivamento. Precisamos rever conceitos, firmar princípios e reconquistar espaços. Sabemos que “o poder o evangelho está na diferença dos crentes” e, portanto, para que a mensagem pregada pela Igreja alcance o coração do povo, precisamos conquistá-lo pela piedade, moralidade, caráter e compromisso. A história mostra que jamais houve avivamento espiritual que não tenha sido precedido por um profundo quebrantamento dos crentes. Em todos os verdadeiros avivamentos, a busca por uma genuína e sólida santidade pessoal, foi marca visível na vida dos cristãos e, tal busca sempre começa pelo entendimento correto a respeito do pecado. Por isso, Lutero começou sua grande obra restaurando o verdadeiro conceito do pecado. Também, hoje, para experimentarmos o verdadeiro avivamento que tanto queremos e do qual tanto precisamos, inevitavelmente, precisamos começar pelo sincero estudo sobre o pecado (2ª Cr 7:14).
            O pecado é um tema vital e precisamos tomar conhecimento dele. O conhecimento profundo deste assunto é tão importante que se o crente ainda não o compreendeu corretamente não poderá entender a si mesmo, os seus semelhantes, o mundo no qual vive e nem a fé cristã. Também não será capaz de entender o que a Bíblia diz, visto que ela, em sua essência, é a exposição da resposta de Deus ao problema do pecado humano. A menos que compreendamos claramente este problema, continuaremos errando o alvo quanto aquilo que a Bíblia diz. Com exceção dos dois primeiros capítulos de Gênesis, que revelam o pano de fundo da criação e armam o palco para o desenrolar da história da humanidade, o tema real de cada capítulo subseqüente da Bíblia é o que Deus fez e está fazendo em relação aos nossos pecados. Se perdermos de vista este tema, perderemos de vista tudo o mais quanto a Bíblia diz.  Nesse caso, o amor de Deus, o significado da salvação e a mensagem do evangelho tornar-se-ão questões impenetráveis para nós. Poderemos até falar sobre estas verdades, mas não teremos clareza (e nem certeza) daquilo que estaremos dizendo. Não haverá avivamento sem esta verdade! Por isso, precisamos estudar e fixar em nossas mentes aquilo que os nossos predecessores chamavam de "IDÉIAS CLARAS SOBRE O PECADO". Contudo, isso não é tarefa fácil, pelo menos, pelas seguintes razões:
            1).  A doutrina do pecado trafega na contramão da cultura antropocêntrica dos nossos dias. Naturalmente as pessoas mostram aversão a qualquer opinião que lhes sejam desfavoráveis. O NOSSO INSTINTO DE "AUTO-DESCULPA" É MUITO FORTE, SENDO ELE MESMO PRODUTO DO PECADO (Gn 3:12-13). Deriva-se daí a tentação de suavizarmos a doutrina do pecado.
            2). A doutrina do pecado emerge do conhecimento bíblico acerca da  SANTIDADE DE DEUS, conhecimento esse que anda muito escasso em nossos dias.  O pecado só pode ser devidamente compreendido pelo lado de dentro, conforme o achamos em nós mesmos.  E ISTO SÓ ACONTECE QUANDO NOS DEFRONTAMOS CONSCIENTEMENTE COM O DEUS SANTO (Is. 6:3-5).  QUANTO MAIS CONSCIÊNCIA DA PRESENÇA DE DEUS, MAIS CONHECIMENTO DO PECADO PESSOAL. Normalmente, as pessoas não são apresentadas a esse Deus Santo e absolutamente Puro, pelo contrário, tomam conhecimento (e gostam) de um ‘deus’ “sansão”, que tem força, mas é cego, que pode fazer todas as vontades humanas sem exigir nenhuma contrapartida espiritual. Na prática, a maioria prefere um ‘deus’ subserviente! Esse é vendável e agrada a maioria!
            3). O estilo de vida e as filosofias apregoadas em nossos dias, sem dúvidas, fazem questão de banalizar e secularizar a doutrina bíblica do pecado.  O termo pecado tem deixado de transmitir a idéia de uma ofensa contra Deus e agora indica apenas a quebra dos padrões aceitáveis de decadência, particularmente, nas questões sexuais.  Porém, quando a Bíblia fala de pecado, se refere precisamente a uma ofensa contra Deus. Embora o pecado seja cometido pelo homem e, com freqüência contra a o próximo e a sociedade, ele não pode ser definido nesses termos. Jamais compreenderemos o que o pecado realmente é, enquanto não o tratarmos no contexto do nosso relacionamento com Deus. Por isso, o pecado não é a transgressão de algum preceito religioso, mais sim, “a transgressão da Lei de Deus ou qualquer inconformidade com Seus padrões de justiça e santidade”. Dizer que o pecado é a transgressão de um preceito religioso é assumir, em relação a ele, uma atitude centrada no homem e não em Deus. Jamais teremos uma correta visão do pecado, enquanto não o encararmos como uma falta contra Deus. TODO PECADO (na essência) É CONTRA DEUS. É A SUA LEI QUE É TRANSGREDIDA, A SUA AUTORIDADE QUE É DESPREZADA, O SEU GOVERNO QUE É CONSIDERADO SEM VALOR. É nesse sentido que tanto do V.T. como no N.T., pecado significa "errar o alvo", "falhar em alcançar um padrão" ou  "falhar em obedecer à autoridade".  Seja o padrão inalcançado, o alvo não atingido, o caminho abandonado, a lei transgredida ou a autoridade desafiada, em cada caso é o homem contra Deus.  O PECADO É MEDIDO À LUZ DE DEUS E SUA VONTADE. O PECADO É DESVIAR-SE DO CAMINHO QUE DEUS DETERMINOU. Em essência o pecado consiste em viver, não para Deus, mas para si mesmo; amar, servir e agradar a si mesmo, sem se importar com o Criador. Consiste em "tendo conhecimento de Deus, não o glorificar como Deus, nem lhe dar graças" (Rom 1:21).
            Por fim, o pecado sempre personaliza como um enganador e assassino dos homens e, tem sob o seu comando aquilo que figurativamente podemos chamar de inteligência antirracional a qual opera em nosso interior, usando fantasias, ilusões, irrealidades de todo o tipo, falsas aspirações, racionalização, distrações e muitos outros anestésicos da mente, claramente com o duplo objetivo: REMOVER AS BARREIRAS CONTRA A IMPIEDADE e ERGUER MUROS CONTRA O ARREPENDIMENTO. O pecado nos seduz tanto para o erro quanto para a confortante e falsa conclusão de que espiritualmente tudo está bem conosco.  O MÉTODO USADO PELO PECADO É O ENGANO (Ef 4:22 e  Heb 3:13). A grande força e atração do pecado é exatamente o seu poder de enganar e, é assim que ele consegue derrubar as pessoas.
            Pecado: amigo ou inimigo? CUIDADO! A nossa única opção é dizer não ao pecado e contrariar a natureza pecaminosa que ainda existe em nós. PARA NÓS O PECADO É INIMIGO! Que venha o verdadeiro avivamento!

Pr. Marcos Serjo
Pastor Sênior da IPB Central de Cuiabá-MT






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