13 Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, fostes aproximados pelo sangue de Cristo. 14 Porque ele é a nossa paz [...]” Ef 2:13-14. (Leia 1ªPe 1:13-21).
Nas últimas três pastorais, face à nossa convicção de que a Igreja, para cumprir eficazmente a sua missão, precisa experimentar um grande e genuíno avivamento, tratamos do pecado, obstáculo natural ao sucesso da Igreja, tema que encerraremos nesta oportunidade.
Nas respostas às perguntas 20 e 21 do Breve Catecismo de Westminster, o sistema presbiteriano de doutrinas esclarece, à luz da Bíblia, como Deus resolveu o problema do pecado, senão vejamos: PERGUNTA 20 – “Deixou Deus todo o gênero humano perecer no estado de pecado e miséria? Tendo Deus, unicamente pela sua boa vontade desde toda a eternidade, escolhido alguns para a vida eterna, entrou com eles em um pacto de graça, para livrá-los do estado de pecado e miséria, e trazê-los a um estado de salvação por meio de um Redentor”. PERGUNTA 21 –“Quem é o Redentor dos escolhidos de Deus? O único redentor dos escolhidos de Deus é o Senhor Jesus Cristo que, sendo o eterno Filho de Deus, se fez homem, e assim foi e continua a ser Deus e homem em duas naturezas distintas, e uma só pessoa, para sempre”.
Penso que as respostas acima, além da profundidade teológica, se tornam ainda mais relevantes e apropriadas quando consideradas no contexto do natal e, mais particularmente, no contexto da celebração da santa ceia, da comunhão dos santos.
Já sabemos que Deus não poderia simplesmente passar por cima do pecado, como exclamou o poeta e escritor português Guerra Junqueiro (1850-1923) em um de seus famosos poemas: “o justo não perdoa!”, “o justo faz justiça!”. De fato, sendo Deus absolutamente justo, não poderia ignorar o pecado. Sem dúvidas, a afirmação do poeta é extremamente verdadeira e foi exatamente esse, antropomorficamente falando, o grande dilema de Deus, visto ser Ele, em Seu ser, justo e perdoador (amoroso). Justiça e Amor são atributos inerentes ao ser de Deus.
Por outro lado, a redenção do estado de pecado, a salvação do pecador, somente poderia ser efetivada “por meio de um Redentor”. Daí, ter sido a cruz, o grande milagre capaz de conciliar os atributos de amor e justiça, absolutos em Deus.
O pecado ofendeu a santidade de Deus e isso exige reparação e o homem falido não poderia prover tal compensação, visto que, o seu débito é tão grande e ofende tanto a santidade de Deus, que jamais poderia prover o pagamento necessário. MESMO QUE VIVÊSSEMOS PERFEITAMENTE RETOS DESDE AGORA ATÉ A NOSSA MORTE, A DESONRA A DEUS PERMANECERIA.
Todavia a humanidade precisa prover a compensação, depois de cometida a ofensa. Assim sendo, apenas Deus poderia providenciá-la e teria que ser concretizada por um homem. A SOLUÇÃO FICA COM ALGUÉM QUE É TANTO DEUS COMO HOMEM. É na cruz que Deus resolve o problema, nela Ele foi totalmente justo (puniu em Cristo todo o pecado da raça humana – Is 53) e, totalmente amoroso (Jo 3:16).
O homem em seu estado natural de pecado e miséria está sob o domínio de Satanás e totalmente alienado de Deus. Conforme o apóstolo Pedro, no estado de pecado os homens são escravos do pecado, pertencem a um senhor que os conquistou e os subjugou e que pode conduzí-los a uma escravidão ainda maior.
Neste contexto, Pedro está ensinando que Jesus Cristo entrou no mercado escravos e por Sua livre e soberana vontade revolveu comprar alguns, redimindo-os e "libertando-os das trevas e transportando-os para o reino de seu amor". A visão e intenção do apóstolo é ensinar tanto sobre a necessidade de um redentor ("comprador"), quanto sobre a o preço desta redenção.
A palavra que o apóstolo usou para "resgatados" implica ação, trata-se de um ato de libertar, tornar livre. A palavra enfatiza a ideia de que era necessária uma compra e, Jesus a efetivou! Aquele que já nos possuía por direito de criação, nos comprou para Si mesmo, pagando o preço com o Seu próprio sangue. Chamamos tal pagamento de Expiação Vicária. Ao invés de insistir na expiação pessoal do homem (o que não contrariaria a Sua justiça), Deus, soberanamente, designou um "vicário" (substituto), Jesus Cristo, para tomar o lugar do homem, e este vicário, expiou o pecado da humanidade e efetuou a redenção eterna para o homem, reconciliando-o com Deus. A expiação antecede ao perdão. Sem a expiação Deus não poderia perdoar o homem. Por isso se diz que "Sem derramamento de Sangue não há remissão" (Hb 9:22).
Diante do exposto, o contexto do natal e o dia da ceia do Senhor, constituem oportunidades mais que especiais para anunciarmos que aquele que nasceu em Belém nasceu em nossos corações por meio de sua morte na cruz, legando-nos um novo e eterno relacionamento com Deus. Que venha o verdadeiro avivamento!
Pr. Marcos Serjo
Pastor Sênior da IPB Central de Cuiabá-MT
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