terça-feira, 22 de março de 2011

A SANTIDADE EXIGE MUDANÇA RADICAL (II Parte)


A SANTIDADE EXIGE MUDANÇA RADICAL (II Parte)

 “[...] e sim o pecado que habita em mim. Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim” (Romanos 7:1-25 leia todo o texto).

            Seguindo a tônica das mensagens anteriores, mais uma vez encontramos o apóstolo Paulo admoestando e exortando os crentes quanto à vida de santidade, pessoal e prática. Vimos anteriormente que todo aquele que viveu (e vive) depois de Adão, exceto Jesus, nasceu escravo no reino do pecado e de satanás. Contudo, por meio da nossa união com Cristo na Sua Morte, fomos libertos do reino de satanás e do domínio do pecado e, colocados no Reino de justiça para a santidade.
            Entretanto, não podemos ignorar a verdade de que o pecado ainda habita em nós e procura dominar-nos, como Paulo tão vividamente descreveu: Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim”. No entanto, por outro lado, abençoadamente, embora os crentes ainda tenham esta propensão íntima para pecar, o Espírito Santo (“a divina semente”) está dentro de nós para fortalecer-nos no caminho da santidade pessoal e prática: “Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus” (1ªJoão 3:9).
            Sabemos pelo estudo da Palavra de Deus e pela experiência pessoal que quanto mais descobrirmos sobre a força do pecado em nós, teremos mais condições para combatê-lo.
            Embora tenha sido destronado, derrotado e enfraquecido, o pecado ainda permanece em nós e a sua natureza não mudou. O pecado continua sendo pecado e permanece hostil a Deus e insubmisso à Sua vontade: “Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar” (Romanos 8:7).
            Assim sendo, temos em nosso coração um implacável inimigo da justiça e da santidade, em constante oposição ao nosso esforço pela causa do bem. Por isso, se quisermos ganhar a guerra contra esse inimigo interno, torna-se condição indispensável o conhecimento da sua natureza e estratégias. Senão vejamos:
            1. O pecado habita em nossos corações (Leia Marcos 7: 21-23 e, Gênesis 6:5 e Lucas 6:45). Na Bíblia, coração pode ter vários sentidos. Pode significar nossa razão ou compreensão, nossos afetos, emoções ou vontade. Em geral, indica a alma como um todo, englobando todas as suas faculdades. “A mente, quando raciocina, discerne e julga; as emoções, quando gostam ou desgostam; a consciência, quando determina e avisa; e a vontade, quando escolhe ou recusa, a tudo isso, chamamos de coração”. A Bíblia diz que o coração é ENGANOSO e INSONDÁVEL (para qualquer pessoa, menos para Deus: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá? Eu, o Senhor, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos; e isto para dar a cada um segundo o seu proceder, segundo o fruto das suas ações”. (Jeremias 17:9-10 e 1ª Coríntios 4:5). Ninguém pode (exceto Deus) discernir, na essência, os motivos ocultos do coração.
            Pelo fato do coração ser enganoso, ele sempre usará as armas da desculpa e da racionalização para atenuar a realidade, os perigos e consequências do pecado. Sempre procurará cauterizar-nos em relação ao pecado. Sempre procuraremos contemporizá-lo em nossa prática. Todo cuidado é pouco! É exatamente neste coração enganoso e insondável que habita a lei do pecado. 
            2. O pecado se revela, em grande parte, por meio dos desejos e, quase sempre, se estabelece sorrateiramente. Desde o Éden, o homem tem dado mais ouvido aos seus desejos do que à sua razão.  Em nosso interior, diuturnamente, acontece uma verdadeira batalha entre os desejos e a razão, para influenciar a vontade. Quando cedemos à tentação (e pecamos), é porque o desejo venceu a razão na luta para influenciar a vontade. É claro que nem todos os desejos são maus. Paulo fala de desejos bons (Filipenses 3:10; Romanos 10:1 e Gálatas 4:19). Tiago deixa claro que quando somos vencidos pelos desejos da carne, pecamos e, o pecado por sua vez, gera a morte (Tiago 1:13-14).
            Por outro lado, a Bíblia deixa claro que o engano da mente é conseguido pouco a pouco.
            Sutilmente (quase sempre), somos afetados na seguinte ordem: no ânimo (uma das principais armas do inimigo é plantar o desânimo em nós. Ele sabe que se conseguir desanimar ou desencorajar o crente, a sua vitória é questão de tempo); na vigilância (por uma série de motivos o crente deixa de vigiar e, quando isso acontece, a derrota será iminente - “Estrangeiros lhe comem a força, e ele não o sabe; também as cãs já se espalham sobre ele, e ele não o sabe” – Oséias 7:9); na obediência (desanimado e displicente, a desobediência passa ser natural na vida do crente).
            Finalmente, a despeito de tudo, devemos lutar. A nossa luta contra o pecado ainda não chegou ao fim! Contudo, mesmo sendo o coração enganoso e insondável, mesmo sendo os nossos desejos (em sua maioria) contra nós, mesmo a nossa razão correndo o risco de ser enganada, DEVEMOS LUTAR (Mateus 26:41; Provérbios 4:23 e Marcos 7:21). Não tenha dúvidas, A SANTIDADE EXIGE MUDANÇA RADICAL. Que venha o verdadeiro avivamento!
Pr. Marcos Serjo
Pastor Sênior da IPB Central de Cuiabá-MT

A SANTIDADE EXIGE MUDANÇA RADICAL





 “[...] 12 Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões; 13 nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de iniqüidade; mas oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros, a Deus, como instrumentos de justiça. 14 Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça [...] 20 Porque, quando éreis escravos do pecado, estáveis isentos em relação à justiça. 21 Naquele tempo, que resultados colhestes? Somente as coisas de que, agora, vos envergonhais; porque o fim delas é morte. 22 Agora, porém, libertados do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto para a santificação e, por fim, a vida eterna; 23 porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Romanos 6:1-23 leia todo o texto).

            Com o objetivo de animar e instrumentalizar os crentes (“eleitos”), “forasteiros da dispersão”, para que permanecessem firmes em meio às aflições e perseguições e, mantivessem uma conduta pura, digna daqueles que professam a fé em Jesus Cristo, o apóstolo Pedro exorta-os à santidade nos seguintes termos: “Por isso, cingindo o vosso entendimento, sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que vos está sendo trazida na revelação de Jesus Cristo. Como filhos da obediência, não vos amoldeis às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância; pelo contrário, segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento, porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo” (1ª Pedro 1:13-16).
            Tal posição fundamenta ainda mais a nossa certeza de que a Igreja não conseguirá cumprir a sua missão eficazmente, se cada crente não buscar a santidade pessoal e prática.
            Da mesma forma o apóstolo Paulo, em todas as suas epístolas, consigna com clareza essa mesma verdade, ou seja, nunca experimentaremos o verdadeiro avivamento, se não pagarmos o preço da santidade pessoal.
            No texto áureo desta pastoral, mais uma vez, Paulo aparece admoestando e exortando os crentes quanto à vida de santidade, uma vez livres do pecado pela graça, é mister que cresçamos em santidade.
            A admoestação áurea é: em Cristo estamos mortos para o pecado e prontos para a ressurreição para a vida eterna. Logo, por estarmos mortos para o pecado, por meio da nossa união com Cristo, não podemos deixar que o pecado reine em nosso corpo mortal. Quando Paulo diz: “Mortos para o pecado”, ele quer dizer que “nós morremos para o domínio do pecado”. Antes de nossa união com Cristo, estávamos no reino de satanás e do pecado (Ef 2:2); estávamos sob o poder de satanás (At 26:18); do domínio das trevas (Cl.1:13); escravos do pecado (Rm 6:17, 20). Todo aquele que viveu (e vive) depois de Adão, exceto Jesus, nasceu escravo no reino do pecado e de satanás. Mas, por meio da nossa união com Cristo na Sua morte, fomos libertos do reino do pecado e transportados para o reino de justiça. Em outras palavras (literalmente): o crente, em Cristo, morreu para o reino do pecado e ressuscitou para o reino de justiça.
            Tudo isso, até agora, Deus em Cristo fez por nós, contudo, ainda estamos em nosso corpo mortal, a ressurreição do corpo para a vida eterna ainda não aconteceu, por isso, precisamos entender que a experiência de santidade não é um dom que recebemos, mas algo que somos claramente exortados a buscar com esforço.  “Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal”, fica claro que esta é a nossa responsabilidade. É nosso compromisso!
            Em Cristo, fomos libertos do reino do pecado, portanto, o pecado não pode reinar em nós. Se o deixarmos reinar em nosso corpo mortal, ele transformará os instintos naturais do corpo em sensualidade, os apetites naturais em indulgências, as necessidades naturais de roupas e agasalhos em materialismo, os desejos naturais em imoralidades. Parafraseando o sábio Agur, filho de Jaque, escritor do capítulo 30 de provérbios, o pecado nunca se farta, nunca diz: basta!
            As forças espirituais funcionam mais ou menos como uma guerra entre duas facções naturais do mesmo território, lutando pelo controle do país. A facção vencedora assume o controle, a derrotada instaura uma guerrilha, não para de lutar, nunca se dar por vencida e, insistentemente tenta voltar ao poder. Assim acontece com o cristão, satanás foi vencido e o seu reino de pecado derrubado, mas, em nosso corpo mortal, instaurou uma guerrilha. Por isso, desde a conversão, o crente está em constante guerra contra o pecado.
          É fato que o pecado ainda habita em nós e, infelizmente, ainda pecamos (1ª João 1:8, 10), contudo, como diz o apóstolo João: Se dissermos que mantemos comunhão com ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade. Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado(1ª João 1:8, 10).
            Cristo já nos libertou do reino do pecado, agora, a responsabilidade de resistir o pecado em nosso corpo mortal é nossa. DEUS NÃO VAI FAZER ISSO POR NÓS. Ele já nos deu as ferramentas e o Seu Espírito habita em nós e nos fortalece com a força do Seu poder. Portanto, a busca pela santidade pessoal e prática é nossa responsabilidade. “[...] tendes o vosso fruto para a santificação”. Não tenha dúvidas, A SANTIDADE EXIGE MUDANÇA RADICAL. Que venha o verdadeiro avivamento!
Pr. Marcos Serjo
Pastor Sênior da IPB Central de Cuiabá-MT

A SANTIDADE É PARA MIM!


19 Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, 20 pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne, 21 e tendo grande sacerdote sobre a casa de Deus, 22 aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e lavado o corpo com água pura. 23 Guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel. 24 Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras. 25 Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima (Hebreus 10:19-25)

            Vimos na última pastoral que a santidade pessoal e prática é o grande prazer de Deus na vida do crente. A vontade de Deus é que sejamos santos como Ele é santo. Deus espera que cada cristão viva uma vida santa.
            Ser santo significa ser moralmente irrepreensível; significa ser separado do pecado e, portanto, consagrado a Deus. No contexto bíblico, o termo significa literalmente “SEPARAÇÃO PARA DEUS”. PORTANTO, SER CRISTÃO (CRENTE) SIGNIFICA OPTAR POR UMA VIDA DE SANTIDADE (Leia Filipenses 3:7-11).
            O desejo pela santidade precisa ser o oxigênio do crente, a grande razão para a sua existência terrena, bem como, o seu passaporte para a vida eterna. C. H. Spurgeon (1834-1892 - Pregador Batista Reformado, pastor do Tabernáculo Metropolitano, Londres, na Inglaterra), o “príncipe dos pregadores” dizia: “A graça de Deus não viola a vontade humana, mas triunfa docemente sobre ela. Ninguém, jamais, irá para o céu arrastado pelas orelhas. Nós iremos para lá de coração e porque desejamos”.
            Falando da circuncisão Paulo disse que ninguém era obrigado a circuncidar-se, contudo, “todo homem que se deixa circuncidar está obrigado a guardar toda a lei” (Gálatas 5:3).
            Da mesma forma, ninguém se torna crente na marra (pelo menos não deveria ser assim), contudo, todo aquele que faz o voto (a declaração) de fé (profissão de fé) e a sela com o simbolismo do batismo, ESTÁ OBRIGADO (ou se obrigou) A VIVER DE MANEIRA DIGNA DA FÉ EVANGÉLICA (Leia os textos: Eclesiastes 5:4; Lucas 9:62 e 2ª Pedro 2:22).
            Dentre os muitos compromissos, ser crente significa estar disposto a:
1). CHAMAR O PECADO DE PECADO – Já sabemos que a Bíblia não nos autoriza a contemporanizar. Pecado é pecado em qualquer lugar, circunstância ou dimensão. Pecado ofende a Deus e faz separação entre Ele e o homem. Pecado é uma barreira (redoma) que asfixia o pecador e consequentemente o conduz à morte (1ª Tessalonicenses 4:3-8 e 1ª Pedro 1:14-16);
2). OBEDECER A DEUS INCONDICIONALMENTE - Deus é e sempre será Deus. Soberano, Poderoso, Absoluto, Criador e Proprietário de tudo (Salmo 24:1), portanto, exige obediência incondicional e irrestrita, em todas as áreas da vida (Jeremias 42:6);
3). TESTEMUNHAR COM A VIDA – (Leia Filipenses 1:27 e Atos 1:8 8).
            SANTIDADE PESSOAL é questão de se estar disposto a chamar o pecado de pecado, não importando as circunstâncias ou motivações, é questão de se decidir obedecer a Deus em todas as áreas da vida, por mais insignificante que possa parecer (“importa obedecer a Deus” - Atos 4:19-20 e 5:29). Santidade pessoal significa assumir responsabilidade pelo pecado pessoal, reconhecendo que “viver pela fé” é se esforçar para mortificar o velho homem a cada dia e, concomitantemente, revestir-se do novo. Que venha o verdadeiro avivamento!
Pr. Marcos Serjo
Pastor Sênior da IPB Central de Cuiabá-MT

A SANTIDADE É PARA NÓS!


“Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça” (Leia Romanos 6:1-14)

            Definir o que é avivamento espiritual, indiscutivelmente, é tarefa árdua e extremamente difícil. Contudo, não tenho dúvidas de que é exatamente isso que os crentes comprometidos mais querem. De fato, todos os crentes gostariam de ver e fazer parte de uma Igreja viva, comprometida, rica em “consolação de amor”, “comunhão do Espírito” e “entranhados afetos e misericórdias”.
            Em outras palavras, todos nós queremos uma Igreja avivada. Entretanto, somente a teremos quando cada um, individualmente, e todos, coletivamente, decidirem pagar o preço da santidade pessoal e prática.
            Nas últimas pastorais estudamos sobre o pecado e já sabemos que se trata de algo muito sério, com o qual não podemos brincar, nem tampouco, baixar a guarda. A luta contra o pecado é diuturna e o segredo para a vitória é a busca pela santidade.
            O conceito de santidade pode parecer um tanto arcaico para o nosso tempo. Para muitos, inclusive na Igreja, o termo evoca imagem de cabelos enrodilhados de trás da cabeça, semblante sisudo e compenetrado, saias compridas e meias pretas (vestuários ou aparências), ou aparece associado a determinados estereótipos e a chavões. Em alguns círculos, a santidade é identificada com uma série de proibições (não isso, não aquilo, etc...), em outros, com determinadas atividades (vigílias, jejuns, correntes de orações), que mesmo tendo significado e valor, não constituem a essência da santidade, da espiritualidade integral (veja Isaías 58).
            O termo “SANTO” aparece, em diversas formas, mais de 600 vezes na Bíblia. Ser santo é ser moralmente irrepreensível. É ser separado do pecado e, portanto, consagrado a Deus. O termo significa “SEPARAÇÃO PARA DEUS”. A Bíblia está cheia de orientações sobre a conduta apropriada aos que são separados (Fp 1:27). Contudo, para acatar estas orientações, é mister entender o conceito bíblico de santidade. E, a melhor maneira de fazer isso é notar como os escritores no NT usaram a palavra, senão vejamos:
            O apóstolo Paulo usou a palavra santidade em contraste com uma vida de imoralidades e impurezas (Leia 1ªTs 4:1-8 – Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação, que vos abstenhais [...] porquanto Deus não nos chamou para a impureza, e sim para a santificação.).
            O apóstolo Pedro a usou em contraste com uma vida voltada para os desejos ímpios (Leia 1ªPe 1:14-16 – “[...] segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento”);
            Ao usar a palavra santidade, o apóstolo João a usou em contraste com os que fazem o mal e são perversos (Leia Ap 22:11-12 – “continue o injusto [...] e o santo continue a santificar-se”).
            “VIVER UMA VIDA SANTA É, POIS, VIVER UMA VIDA EM CONFORMIDADE COM OS PRECEITOS MORAIS DA BÍBLIA E EM OPOSIÇÃO AOS CAMINHOS PECAMINOSOS DO MUNDO”. É um despir-se e um revestir-se ininterrupto (Ef 4:22-24 e Tt 2: 11-14).
            Contudo a questão é: se a santidade é tão básica para a vida cristã, por que muitos a negligenciam? Por que tantos cristãos se sentem derrotados em sua luta diária contra o pecado? Por que muitas Igrejas parecem mais conformadas com o mundo do que com Deus?
            Mesmo correndo o risco de simplificar demasiadamente, sugiro três motivos (problemas) básicos em resposta às perguntas acima, a saber:
1. Um conceito errado de pecado - Por não saberem o que é pecado, muitos não tratam o pecado como pecado.  Muitos classificam os pecados em duas categorias: OS INACEITÁVEIS E OS TOLERÁVEIS (sobre o pecado leia ou releia as pastorais anteriores); 2. Um conceito errado de obediência/desobediência - Hoje temos um conceito relativo de obediência e desobediência. Às vezes, tais conceitos são influenciados por condicionamentos sociológicos ou por conveniências. Não se leva em consideração a santidade de Deus e nem a exigência incondicional de obediência que Ela faz. Na prática, Deus não é Deus; 3. Um conceito errado do que significa “viver pela fé” - Para muitos, “viver pela fé” (Gl 2:20) significa não ter nenhuma responsabilidade e não fazer nenhum esforço em relação à santidade.
            Sem dúvidas, a fé em Cristo é a raiz de toda a santidade, bem como, que a fé é dom de Deus, contudo, as Escrituras ensinam que, para seguir a santidade, o verdadeiro cristão precisa de esforço pessoal e trabalho, bem como de fé.
            Finalizando, SANTIDADE PESSOAL é uma questão de se estar disposto a chamar o pecado de pecado. É uma questão de se decidir obedecer a Deus em todas as áreas da vida, por mais insignificante que possa parecer o assunto (“importa obedecer a Deus” – At 4:19-20 e 5:29). É uma questão de se estar disposto a assumir responsabilidade pelo pecado pessoal, reconhecendo que “viver pela fé” é se esforçar para mortificar o velho homem a cada dia e, concomitantemente, revestir-se do novo. Que venha o verdadeiro avivamento!
Pr. Marcos Serjo
Pastor Sênior da IPB Central de Cuiabá-MT

SOMENTE PELO SANGUE DE JESUS!




13 Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, fostes aproximados pelo sangue de Cristo. 14 Porque ele é a nossa paz [...]” Ef  2:13-14. (Leia 1ªPe 1:13-21).

            Nas últimas três pastorais, face à nossa convicção de que a Igreja, para cumprir eficazmente a sua missão, precisa experimentar um grande e genuíno avivamento, tratamos do pecado, obstáculo natural ao sucesso da Igreja, tema que encerraremos nesta oportunidade.
            Nas respostas às perguntas 20 e 21 do Breve Catecismo de Westminster, o sistema presbiteriano de doutrinas esclarece, à luz da Bíblia, como Deus resolveu o problema do pecado, senão vejamos: PERGUNTA 20 – “Deixou Deus todo o gênero humano perecer no estado de pecado e miséria? Tendo Deus, unicamente pela sua boa vontade desde toda a eternidade, escolhido alguns para a vida eterna, entrou com eles em um pacto de graça, para livrá-los do estado de pecado e miséria, e trazê-los a um estado de salvação por meio de um Redentor”. PERGUNTA 21 –“Quem é o Redentor dos escolhidos de Deus? O único redentor dos escolhidos de Deus é o Senhor Jesus Cristo que, sendo o eterno Filho de Deus, se fez homem, e assim foi e continua a ser Deus e homem em duas naturezas distintas, e uma só pessoa, para sempre”.
            Penso que as respostas acima, além da profundidade teológica, se tornam ainda mais relevantes e apropriadas quando consideradas no contexto do natal e, mais particularmente, no contexto da celebração da santa ceia, da comunhão dos santos.
            Já sabemos que Deus não poderia simplesmente passar por cima do pecado, como exclamou o poeta e escritor português Guerra Junqueiro (1850-1923) em um de seus famosos poemas: “o justo não perdoa!”, “o justo faz justiça!”. De fato, sendo Deus absolutamente justo, não poderia ignorar o pecado. Sem dúvidas, a afirmação do poeta é extremamente verdadeira e foi exatamente esse, antropomorficamente falando, o grande dilema de Deus, visto ser Ele, em Seu ser, justo e perdoador (amoroso). Justiça e Amor são atributos inerentes ao ser de Deus.
            Por outro lado, a redenção do estado de pecado, a salvação do pecador, somente poderia ser efetivada “por meio de um Redentor”. Daí, ter sido a cruz, o grande milagre capaz de conciliar os atributos de amor e justiça, absolutos em Deus.
            O pecado ofendeu a santidade de Deus e isso exige reparação e o homem falido não poderia prover tal compensação, visto que, o seu débito é tão grande e ofende tanto a santidade de Deus, que jamais poderia prover o pagamento necessário. MESMO QUE VIVÊSSEMOS PERFEITAMENTE RETOS DESDE AGORA ATÉ A NOSSA MORTE, A DESONRA A DEUS PERMANECERIA.
            Todavia a humanidade precisa prover a compensação, depois de cometida a ofensa. Assim sendo, apenas Deus poderia providenciá-la e teria que ser concretizada por um homem. A SOLUÇÃO FICA COM ALGUÉM QUE É TANTO DEUS COMO HOMEM. É na cruz que Deus resolve o problema, nela Ele foi totalmente justo (puniu em Cristo todo o pecado da raça humana – Is 53) e, totalmente amoroso (Jo 3:16).
            O homem em seu estado natural de pecado e miséria está sob o domínio de Satanás e totalmente alienado de Deus. Conforme o apóstolo Pedro, no estado de pecado os homens são escravos do pecado, pertencem a um senhor que os conquistou e os subjugou e que pode conduzí-los a uma escravidão ainda maior.
            Neste contexto, Pedro está ensinando que Jesus Cristo entrou no mercado escravos e por Sua livre e soberana vontade revolveu comprar alguns, redimindo-os e "libertando-os das trevas e transportando-os para o reino de seu amor". A visão e intenção do apóstolo é ensinar tanto sobre a necessidade de um redentor ("comprador"), quanto sobre a o preço desta redenção.
            A palavra que o apóstolo usou para "resgatados" implica ação, trata-se de um ato de libertar, tornar livre.  A palavra enfatiza a ideia de que era necessária uma compra e, Jesus a efetivou! Aquele que já nos possuía por direito de criação, nos comprou para Si mesmo, pagando o preço com o Seu próprio sangue. Chamamos tal pagamento de Expiação Vicária. Ao invés de insistir na expiação pessoal do homem (o que não contrariaria a Sua justiça), Deus, soberanamente, designou um "vicário" (substituto), Jesus Cristo, para tomar o lugar do homem, e este vicário, expiou o pecado da humanidade e efetuou a redenção eterna para o homem, reconciliando-o com Deus. A expiação antecede ao perdão. Sem a expiação Deus não poderia perdoar o homem. Por isso se diz que "Sem derramamento de Sangue não há remissão" (Hb 9:22).
            Diante do exposto, o contexto do natal e o dia da ceia do Senhor, constituem oportunidades mais que especiais para anunciarmos que aquele que nasceu em Belém nasceu em nossos corações por meio de sua morte na cruz, legando-nos um novo e eterno relacionamento com Deus. Que venha o verdadeiro avivamento!
Pr. Marcos Serjo
Pastor Sênior da IPB Central de Cuiabá-MT

CULPADO E FALIDO!





Mensagem Pastoral – 05/12/10


“Ah! Todos vós, os que tendes sede, vinde às águas; e vós, os que não tendes dinheiro, vinde, comprai e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite [...]. Buscai o Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. 7 Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo, os seus pensamentos; converta-se ao Senhor, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar”

            O precioso capítulo 55 de Isaías constitui-se numa profecia de conclamação do povo para a aceitação, pela fé, da salvação oferecida em Jesus. É uma profecia messiânica como, muitas outras registradas pelo profeta. Neste caso, o profeta faz dois convites, um urgente (versos 1-5) e outro solene (6-13) para que, pela fé, o povo pudesse deixar os seus maus e pecaminosos procedimentos, para se apropriar da salvação conquistada em Jesus, aqui representada pelas metáforas água, pão, vinho e leite.
            O profeta Isaías, em nome de Deus e por Ele inspirado, explica que a oferta salvífica do Evangelho é indistintamente estendida a todos os que ouvem a palavra de salvação e que esta bênção (a salvação) é de graça.  E, de fato, por sua incomparável relevância, teria que ser de graça, até mesmo porque as pessoas não teriam dinheiro para comprá-la, e, também, porque, pelo estado de pecado em que se encontram (antes de Jesus, ainda mortos espiritualmente), são naturalmente inclinadas a gastarem o seu dinheiro em lugares e coisas erradas, bem como, também, porque ainda se encontram sob escravidão. O pecado leva o homem a gastar o dinheiro em lugares e coisas erradas; leva-o à falência e à incapacidade de posteriormente comprar o que essencial e bom. O paradoxo apresentado pela profecia é magnífico, visto que, o que é essencial não se pode comprar com dinheiro! Portanto, o que tem dinheiro e o que não o tem, nesse particular, é nivelado, ambos não podem adquirir, por seus próprios méritos ou recursos, o único bem que realmente tem valor.
Conforme nossa ultima pastoral (publicada no boletim de 28/11/2010), o pecado cerrou o homem em um estado de condenação (à parte de Cristo todos os homens estão sob sentença de condenação eterna), de contaminação (o pecado contamina o homem, toda a sociedade e a natureza), de depravação (o pecado contaminou todos os aspectos da natureza humana), de ira (em quaisquer circunstâncias Deus sempre odiará o pecado) e, de morte (os pecadores estão num estado de morte). Portanto, fica clara a total incapacidade do homem para prover a sua própria salvação. Em outras palavras, além de culpado por causa do pecado, também, encontra-se (em termos espirituais) total e essencialmente falido. A DEPRAVAÇÃO TOTAL REPRESENTA "INCAPACIDADE TOTAL", "FALÊNCIA TOTAL". Por isso Deus disse: "Vinde a mim todos vós os que não tendes dinheiro”.
            O homem está sempre em débito moral para com Deus e como ele é continuamente pecador, a cada momento o seu débito aumenta. Deste modo, o homem está sempre em dívida moral, sempre devendo mais do que seus recursos morais podem saldar. A Bíblia deixa bem claro que o pecado é uma dívida do homem para com Deus e que Deus não pode simplesmente deixar de cobrá-la.  Não! Ele quer recebê-la (Êx 34:7 e Nm 14:18 ).         
            Assim sendo, chegamos aqui a um impasse: Deus quer receber e nós não temos como pagar.  Se não efetuarmos o pagamento, seremos penalizados com a morte. Por isso, resta-nos apenas aceitar os ensinamentos de Jesus: "Perdoa-nos as nossas dívidas" (Mt 6:12).  O homem não tem condições (nada tem) para pagar a Deus em troca do perdão e, assim sendo, deve depender do perdão gratuito de Deus. Só Deus pode pagar pelo pecado do homem e o fez por meio de Jesus Cristo (Cl 2:14).
            Para ilustrar o tamanho da dívida do homem para com Deus e a sua incapacidade de saldá-la, Jesus fez uso de uma parábola muito interessante Mt 18:23-34), senão vejamos: um homem devia (v.24 )10.000 talentos [1 talento = 6.000 denários & 1 denário = ao salário de um dia de serviço. Logo, 10.000 talentos = 60.000.000 denários, ou seja, 60.000.000 dias de serviço. Somente por curiosidade, isto significa 164.384 anos de serviço ou 1.972.596 meses de serviço. Se o caro leitor quiser continuar o exercício, transforme os números em valores monetários e responda se alguém tem dinheiro para pagar a conta?].
            Sem dúvidas, o homem está falido, chafurdado e escravizado em seu pecado (Ef 2: 8,9) e, a menos que seja anistiado por Deus (o único credor), certamente, estará totalmente perdido.
            A grande bênção desta profecia, diante da situação acima exposta, está na declaração de que “o nosso Deus é rico em perdoar”, por isso, a conclusão não poderia ser mais enfática: “Buscai o Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo, os seus pensamentos; converta-se ao Senhor”, somente assim gozaremos das bênçãos profetizadas nos versos 12 e13, referindo-se à segunda vinda do Senhor Jesus. Que venha o verdadeiro avivamento!
Pr. Marcos Serjo
Pastor Sênior da IPB Central de Cuiabá-MT




VIVO OU MORTO? RESPONDA SE PUDER!



22 [...] Agora, porém, libertados do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto para a santificação e, por fim, a vida eterna; 23 porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.
(Leia Romanos 6: 15-23)


Em tempo de avivamento a nossa única e vital opção é dizer não ao pecado e contrariar a natureza pecaminosa que ainda existe em nós. PARA NÓS O PECADO SEMPRE SERÁ INIMIGO! Não podemos perder de vista esta grande e essencial verdade: "TODO PECADO É CONTRA DEUS. É A SUA LEI QUE É TRANSGREDIDA, A SUA AUTORIDADE QUE É DESPREZADA, O SEU GOVERNO QUE É CONSIDERADO SEM VALOR (Sl 51:7, Rm 8:7).
            A Bíblia é absolutamente enfática ao dizer que o estado do pecado é universal. É inevitável que cada pessoa peque. "Pois não há homem que não peque" (1ª Reis. 8:46). "[...] todos, tanto judeus como gregos, estão debaixo do pecado; como está escrito: não há justo, nem sequer um [...] todos se extraviaram [...] não há quem faça o bem, não há nem um sequer [...] pois todos pecaram e carecem da glória de Deus" (Rm 3:9,10,12,23). "Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós"(1ª Jo 1:8).  O pecado é universal. Jesus Cristo foi o único homem que viveu "sem pecado"(Hb 4:15).
             Por outro lado, além de universal, a extensão do pecado é total, não simplesmente num sentido geográfico, mas também, no sentido pessoal, na vida do indivíduo. O pecado contaminou o ser humano por inteiro: a sua vontade, entendimento, emoções e comportamento.  O pecado desfigurou totalmente o homem (por dentro e por fora). A Bíblia explica essa pecaminosidade total e universal em termos de solidariedade dos homens com Adão (Rm 5:12ss). Adão ao transgredir tornou-se pecador por natureza. Por conseguinte, os seus descendentes, por natureza, nasceram pecadores.
            A Bíblia diz que "o salário do pecado é a morte" (Rm 6:23).  Contudo, nem Adão e nem os seus descendentes receberam este salário de uma só vez, imediatamente ao pecado. Deus em sua soberania resolveu pagar este salário em três parcelas, a saber: a primeira parcela foi a morte espiritual (imediatamente após o ato pecaminoso, nossos primeiros pais receberam a primeira parcela, ou seja, morreram espiritualmente, foram automaticamente separados de Deus, perderam a comunhão com ele. Morreram espiritualmente. Neste sentido, toda a geração ordinária de Adão, já nasce morta espiritualmente - Ef 2:1,5,12; Cl 2:13);  a segunda parcela é a morte física (não aconteceu imediatamente ao pecado, mas veio como consequência – Gn 3:19. A morte e a vida estavam diante dos nossos primeiros pais naquele dia fatídico. A POSSIBILIDADE DE NÃO MORRER, TORNOU-SE NA IMPOSSIBILIDADE DE NÃO MORRER. A POSSIBILIDADE DE NÃO PECAR, TORNOU-SE NA IMPOSSIBILIDADE DE NÃO PECAR. A morte física não era natural ao homem, veio como punição. Por natureza original, a essência do homem é imortal; a terceira parcela  é a morte eterna, a segunda morte (esta é a separação eterna entre o homem e Deus, ou seja a condenação eterna - Ap 2:11; 20:6, 14 e 21:8).
            A descrição Bíblica sobre o estado de pecado em que caiu o homem inclui as seguintes verdades: É um estado de condenação - à parte de Cristo todos os homens estão sob sentença de condenação eterna, tanto por causa de sua solidariedade com o pecado de Adão, como por causa de suas delinquências pessoais – Rm 1:32; 2:8,9. "Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus" (Rm 8:1);
É um estado de contaminação - o pecado é como uma doença contagiosa e chega a ser comparado à lepra antes da imunização. O pecado contamina o homem e toda a sociedade e natureza (Mc 7:18ss);
É um estado de depravação - a teologia reformada – calvinista, tem tradicionalmente declarado que neste estado de pecado e miséria, o homem encontra-se em total depravação, em outras palavras, nenhum aspecto da nossa natureza ficou intacto, tudo foi contaminado pelo pecado. Por isso é que não temos qualquer capacidade de salvar a nós mesmos, ou de sermos vencedores sobre o pecado pelos nossos próprios méritos. A DEPRAVAÇÃO TOTAL REPRESENTA "INCAPACIDADE TOTAL";
É um estado de ira - dizemos muitas vezes: "Deus odeia o pecado e ama o pecador". Felizmente, isto é verdade. Contudo, passamos rapidamente pela primeira afirmativa e nos agarramos à segunda. Vivemos, na prática, só com a metade da verdade - "A metade da verdade é uma mentira inteira". Deus odeia o pecado e não inocenta o culpado. Deus não odeia o pecado em uma pessoa e o ignora em outra. ELE JULGA AS OBRAS DE CADA UM, IMPARCIALMENTE - 1ªPe 1:17. E, às vezes costuma ser muito mais severo com os Seus servos (2ª Sm 12:10 - Davi, Moisés e Jonas);
É um estado de morte - na Bíblia, a morte e a vida não são conceitos primeiramente fisiológicos. Antes, são conceitos espirituais e teológicos.  A VIDA SIGNIFICA COMUNHÃO COM DEUS, NA EXPERIÊNCIA DE SEU AMOR; A MORTE SIGNIFICA ESTAR SEM ESTE PRIVILÉGIO. Os pecadores estão num estado de morte (Ef 2:1) e não têm qualquer outra expectativa, senão de continuarem nesse mesmo estado (Rm 6:23). VIVO OU MORTO? RESPONDA SE PUDER! “Em verdade, em verdade vos digo quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida”. Em Cristo estamos vivos, absoluta e eternamente vivos! Que venha o verdadeiro avivamento!

Pr. Marcos Serjo
Pastor Sênior da IPB Central de Cuiabá-MT

AMIGO OU INIMIGO? CUIDADO!



(13) Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor [...] (16) Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne. (17) Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer [...] (1) Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigirdes-lo com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado [...] (6) Mas aquele que está sendo instruído na palavra faça participante de todas as coisas boas aquele que o instrui [...] (8) Porque o que semeia para a sua própria carne da carne colherá corrupção; mas o que semeia para o Espírito do Espírito colherá vida eterna. (9) E não nos cansemos de fazer o bem, porque há seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos (Leia Gálatas 5:13 a 6:10).

            Nas duas pastorais anteriores analisamos e relembramos a Reforma Protestante do século XVI e concluímos que acima de tudo, aquele movimento, na realidade, representou um visitar do Espírito Santo (“[...] e Deus visitou o Seu povo”- Lc 7:16), um poderoso avivamento espiritual com o objetivo claro de despertar a Igreja, literalmente, entorpecida pelo pecado
            Hoje, inspirados pelo movimento da Reforma, comparando os contextos, da Idade Média e Contemporânea, não temos dúvidas de que a Igreja do século XXI precisa, com urgência, experimentar um novo e verdadeiro avivamento. Precisamos rever conceitos, firmar princípios e reconquistar espaços. Sabemos que “o poder o evangelho está na diferença dos crentes” e, portanto, para que a mensagem pregada pela Igreja alcance o coração do povo, precisamos conquistá-lo pela piedade, moralidade, caráter e compromisso. A história mostra que jamais houve avivamento espiritual que não tenha sido precedido por um profundo quebrantamento dos crentes. Em todos os verdadeiros avivamentos, a busca por uma genuína e sólida santidade pessoal, foi marca visível na vida dos cristãos e, tal busca sempre começa pelo entendimento correto a respeito do pecado. Por isso, Lutero começou sua grande obra restaurando o verdadeiro conceito do pecado. Também, hoje, para experimentarmos o verdadeiro avivamento que tanto queremos e do qual tanto precisamos, inevitavelmente, precisamos começar pelo sincero estudo sobre o pecado (2ª Cr 7:14).
            O pecado é um tema vital e precisamos tomar conhecimento dele. O conhecimento profundo deste assunto é tão importante que se o crente ainda não o compreendeu corretamente não poderá entender a si mesmo, os seus semelhantes, o mundo no qual vive e nem a fé cristã. Também não será capaz de entender o que a Bíblia diz, visto que ela, em sua essência, é a exposição da resposta de Deus ao problema do pecado humano. A menos que compreendamos claramente este problema, continuaremos errando o alvo quanto aquilo que a Bíblia diz. Com exceção dos dois primeiros capítulos de Gênesis, que revelam o pano de fundo da criação e armam o palco para o desenrolar da história da humanidade, o tema real de cada capítulo subseqüente da Bíblia é o que Deus fez e está fazendo em relação aos nossos pecados. Se perdermos de vista este tema, perderemos de vista tudo o mais quanto a Bíblia diz.  Nesse caso, o amor de Deus, o significado da salvação e a mensagem do evangelho tornar-se-ão questões impenetráveis para nós. Poderemos até falar sobre estas verdades, mas não teremos clareza (e nem certeza) daquilo que estaremos dizendo. Não haverá avivamento sem esta verdade! Por isso, precisamos estudar e fixar em nossas mentes aquilo que os nossos predecessores chamavam de "IDÉIAS CLARAS SOBRE O PECADO". Contudo, isso não é tarefa fácil, pelo menos, pelas seguintes razões:
            1).  A doutrina do pecado trafega na contramão da cultura antropocêntrica dos nossos dias. Naturalmente as pessoas mostram aversão a qualquer opinião que lhes sejam desfavoráveis. O NOSSO INSTINTO DE "AUTO-DESCULPA" É MUITO FORTE, SENDO ELE MESMO PRODUTO DO PECADO (Gn 3:12-13). Deriva-se daí a tentação de suavizarmos a doutrina do pecado.
            2). A doutrina do pecado emerge do conhecimento bíblico acerca da  SANTIDADE DE DEUS, conhecimento esse que anda muito escasso em nossos dias.  O pecado só pode ser devidamente compreendido pelo lado de dentro, conforme o achamos em nós mesmos.  E ISTO SÓ ACONTECE QUANDO NOS DEFRONTAMOS CONSCIENTEMENTE COM O DEUS SANTO (Is. 6:3-5).  QUANTO MAIS CONSCIÊNCIA DA PRESENÇA DE DEUS, MAIS CONHECIMENTO DO PECADO PESSOAL. Normalmente, as pessoas não são apresentadas a esse Deus Santo e absolutamente Puro, pelo contrário, tomam conhecimento (e gostam) de um ‘deus’ “sansão”, que tem força, mas é cego, que pode fazer todas as vontades humanas sem exigir nenhuma contrapartida espiritual. Na prática, a maioria prefere um ‘deus’ subserviente! Esse é vendável e agrada a maioria!
            3). O estilo de vida e as filosofias apregoadas em nossos dias, sem dúvidas, fazem questão de banalizar e secularizar a doutrina bíblica do pecado.  O termo pecado tem deixado de transmitir a idéia de uma ofensa contra Deus e agora indica apenas a quebra dos padrões aceitáveis de decadência, particularmente, nas questões sexuais.  Porém, quando a Bíblia fala de pecado, se refere precisamente a uma ofensa contra Deus. Embora o pecado seja cometido pelo homem e, com freqüência contra a o próximo e a sociedade, ele não pode ser definido nesses termos. Jamais compreenderemos o que o pecado realmente é, enquanto não o tratarmos no contexto do nosso relacionamento com Deus. Por isso, o pecado não é a transgressão de algum preceito religioso, mais sim, “a transgressão da Lei de Deus ou qualquer inconformidade com Seus padrões de justiça e santidade”. Dizer que o pecado é a transgressão de um preceito religioso é assumir, em relação a ele, uma atitude centrada no homem e não em Deus. Jamais teremos uma correta visão do pecado, enquanto não o encararmos como uma falta contra Deus. TODO PECADO (na essência) É CONTRA DEUS. É A SUA LEI QUE É TRANSGREDIDA, A SUA AUTORIDADE QUE É DESPREZADA, O SEU GOVERNO QUE É CONSIDERADO SEM VALOR. É nesse sentido que tanto do V.T. como no N.T., pecado significa "errar o alvo", "falhar em alcançar um padrão" ou  "falhar em obedecer à autoridade".  Seja o padrão inalcançado, o alvo não atingido, o caminho abandonado, a lei transgredida ou a autoridade desafiada, em cada caso é o homem contra Deus.  O PECADO É MEDIDO À LUZ DE DEUS E SUA VONTADE. O PECADO É DESVIAR-SE DO CAMINHO QUE DEUS DETERMINOU. Em essência o pecado consiste em viver, não para Deus, mas para si mesmo; amar, servir e agradar a si mesmo, sem se importar com o Criador. Consiste em "tendo conhecimento de Deus, não o glorificar como Deus, nem lhe dar graças" (Rom 1:21).
            Por fim, o pecado sempre personaliza como um enganador e assassino dos homens e, tem sob o seu comando aquilo que figurativamente podemos chamar de inteligência antirracional a qual opera em nosso interior, usando fantasias, ilusões, irrealidades de todo o tipo, falsas aspirações, racionalização, distrações e muitos outros anestésicos da mente, claramente com o duplo objetivo: REMOVER AS BARREIRAS CONTRA A IMPIEDADE e ERGUER MUROS CONTRA O ARREPENDIMENTO. O pecado nos seduz tanto para o erro quanto para a confortante e falsa conclusão de que espiritualmente tudo está bem conosco.  O MÉTODO USADO PELO PECADO É O ENGANO (Ef 4:22 e  Heb 3:13). A grande força e atração do pecado é exatamente o seu poder de enganar e, é assim que ele consegue derrubar as pessoas.
            Pecado: amigo ou inimigo? CUIDADO! A nossa única opção é dizer não ao pecado e contrariar a natureza pecaminosa que ainda existe em nós. PARA NÓS O PECADO É INIMIGO! Que venha o verdadeiro avivamento!

Pr. Marcos Serjo
Pastor Sênior da IPB Central de Cuiabá-MT






A Relevância Contemporânea da Reforma Protestante do Século XVI


16 “Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego; 17 visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé” (Rm.1:16-17)

            Como vimos na primeira parte, a Reforma Protestante do século XVI, deflagrada pelo jovem monge agostiniano Martinho Lutero, de apenas 34 anos, precisamente aos 31 dias do mês de outubro de 1517, há 493 anos, no limiar do século XVI, na realidade foi um poderoso mover de Deus numa época extremamente crítica da história da humanidade. Na visão de muitos estudiosos, a Reforma, literalmente, foi um segundo pentecostes e, após 1517, a Igreja jamais foi a mesma, a história do cristianismo foi absolutamente transformada.
            Por 1200 anos, quase que em sua totalidade, a Igreja encontrava-se afastada dos padrões bíblicos e da sua missão, estando, juntamente com os seus líderes e o povo de maneira geral (por causa do próprio testemunho da Igreja) chafurdada em sérios e danosos problemas espirituais, doutrinários (teológicos), morais e sociais.
            Para corrigir estes e outros erros e restaurar a verdadeira Igreja, os reformadores procuraram resgatar as sempre novas e verdadeiras doutrinas bíblicas da graça, a saber:

I.                   O Pecado – Rm 3.10-23
            A vida da Igreja e a prática do clero mostravam como o conceito do pecado estava distorcido. A opulência, a vaidade e as imoralidades de todas as ordens que grassavam livremente em todas as esferas da Igreja e da sociedade, principalmente no contexto dos mosteiros, refletiam o quanto a Igreja e os seus líderes estavam distantes do padrão de pureza exigido por Deus. Dentre outras, principalmente as ações de John Tetzel, fugiram totalmente da visão Bíblica de que pecado é transgressão da Lei de Deus e qualquer inconformidade com seus padrões de justiça e santidade.A essência do pecado foi banalizada ao ponto de se acreditar que o seu resgate podia se efetivar pelo dinheiro”.          A falta de um conceito bíblico sobre o pecado gera profundas e terríveis consequências para a vida da Igreja e da sociedade em geral.
            Em relação às demais doutrinas, quando se banaliza (desconsidera ou não a considera da maneira devida) a doutrina pecado, toda a obra de Cristo e o próprio Cristo perdem a sua relevância. Por exemplo, no caso das indulgências, se o resgate da alma pecadora pode se dar em função da soma de dinheiro paga, como fica a expiação de Cristo, qual a necessidade dela? Ao se insurgir contra as indulgências, Lutero estava, na realidade, reapresentando a mensagem da Palavra de Deus sobre o homem, seu estado, suas responsabilidades perante o Deus Santo e Criador, e sua necessidade de redenção.
II.                A Justificação Somente pela Fé – Gl 3.10-14
            A Igreja medieval havia distorcido a doutrina bíblica da salvação, pregando abertamente que a justificação se processava por intermédio das boas obras de cada fiel. Lendo a Palavra, Lutero verificou quão distanciado esta pregação estava das verdades Bíblicas — a salvação era uma graça concedida mediante a fé. Todo o trabalho vem de Deus. As boas obras não fornecem a base para a salvação, mas são evidências e subprodutos de uma salvação que procede da infinita misericórdia de Deus para com o homem pecador que ele arranca da perdição do pecado.
            Hoje estamos novamente perdendo essa compreensão. A justificação pela fé, ultimamente, tem sido um ponto secundário. Fala-se muito de cura, prosperidade, confissão positiva e quase nada de salvação.

III.             A Autoridade Vital da Palavra de Deus – 2 Pe 1.16-21
            Na ocasião da Reforma, a tradição da igreja já havia se incorporado aos padrões determinantes de comportamento e doutrina e, na realidade, já havia superado as prescrições das Escrituras. A Bíblia era conservada distante e afastada da compreensão do povo. Era considerada um livro só para os entendidos, obscuro e até perigoso para as massas. Os reformadores a redescobriram e levantaram-na bem alto como único padrão de fé e prática. A Palavra de Deus tornou-se o padrão pelo qual os reformadores aferiam tanto as autoridades como as práticas religiosas em vigor.
            Ao redescobrir a Bíblia a Reforma eliminou os vários intermediários que haviam surgido ao longo dos séculos entre o Deus que salva e o pecador redimido.  A Reforma redescobriu o verdadeiro lugar de Deus e do homem. Hoje a Reforma nos leva, inevitavelmente, à pergunta: Quem existe para quem? Deus existe para o homem ou o homem existe para Deus? Rm 1.25: "pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém".
      èIsto é fundamental, pois define o tipo de ‘religiosidade’ ou ‘espiritualidade’ do adorador;
      èSe Deus existe para o homem, então todos os seus desejos e projetos pessoais devem ser resolvidos, todas as suas necessidades pessoais supridas, o dízimo nunca será expressão de fé, mas sim, investimento. Eu dou na certeza de que Deus precisa me devolver em dobro. As pessoas que levo para Jesus servem para me justificar de futuros pecados ou deslizes;
èSe o homem existe para Deus, a atitude é outra. Faço, sirvo, obedeço, envolvo, pago o preço do discipulado, não porque espero algo em troca, mas porque amo aquele que me criou.
Deus torna-se o centro, a razão maior e única, a grande paixão da vida.

Conclusão
Devemos reconhecer a Reforma como um movimento operado por homens falíveis, mas poderosamente utilizados pelo Espírito Santo de Deus para resgatar as Suas verdades e preservar a Sua Igreja. Inspirados na Reforma, mais do que nunca, precisamos enfatizar a santidade pessoal (“O poder do evangelho está na diferença dos crentes”) – 2ª Co 5.17: "e assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura, as cousas antigas já passaram; eis que se fizeram novas”. Mt 5.16: “assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus”. Jo 17.17: “Santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade”.

            Devemos relembrar a Reforma sim! Contudo, temos que ter a perspectiva correta. Olhar para trás sem esquecer-se do presente, nem tão pouco deixar de fixar o futuro. As antigas doutrinas da graça precisam ser lembradas e praticadas. Sola Gracia; Sola Fide; Sola Escripture; Sola Dio del Glória.


Pr. Marcos Serjo
Pastor Sênior da IPB Central de Cuiabá-MT

A Relevância Contemporânea da Reforma Protestante do Século XVI




16 “Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego; 17 visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé” (Rm.1:16-17)

            Há 493 anos, precisamente aos 31 dias do mês de outubro de 1517, limiar do século XVI, véspera do dia de todos os santos, um monge agostiniano de apenas 34 anos de idade, pregou na porta da catedral de Wittenberg um documento contendo 95 teses, as quais de forma geral protestavam contra a vida e o testemunho do clero vigente, bem como, contra muitas doutrinas e práticas da Igreja Romana. Refiro-me a Martinho Lutero e ao início do movimento que mais tarde receberia o nome de reforma protestante do século XVI.
             Muitos poderiam perguntar: "por que relembrar o que aconteceu há quase 500 anos?" Ao contrário do que muita gente pensa, temos muito o que aprender com a reforma protestante do século XVI. Na realidade, o nosso interesse em relembrar a reforma vai muito além da historiografia, tem a ver com a nossa identidade, com as nossas raízes, para não dizer, com a nossa fé.
            O movimento da reforma, sem dúvida, foi um poderoso mover de Deus numa época extremamente crítica da história da humanidade quando, especialmente na Europa, um verdadeiro mar de lama chafurdava, sem exceção, todas as camadas da sociedade, em todos os rincões do continente.          A igreja estava opulenta e os seus líderes embriagados pela luxúria e, portanto, totalmente alheios aos clamores do povo que jazia sem forças, espoliado, na mais profunda miséria e tenebrosa escuridão.
            Não tenham dúvidas, irmãos, mais cedo ou mais tarde, Deus escuta o clamor (o gemido) dos oprimidos e sai em socorro do Seu povo. Há 133 anos Deus já dava sinais da Sua ação, levantando fiéis arautos como John Wycliff na Inglaterra (no século XIV, 1384), John Huss na Boêmia (no começo do século XV, 1415) e Jerônimo Savanarola na Itália (no final do século XV, 1498), conhecidos na história como pré-reformadores. Mas nem a igreja e nem o seu clero deram ouvidos aos chamamentos à razão, até que Deus levanta Lutero e com ele, muitos outros.
            Por isso, devemos observar aqueles eventos e aqueles homens e mulheres, para que possamos aprender deles e seguir o exemplo por eles deixado, discernindo a sua mensagem e aplicando-a em nossos dias.
            Nosso apreço pela Reforma e suas doutrinas não deve levar-nos a uma visão utópica e idealista com relação às suas personagens principais. Devemos reconhecer os seus feitos, mas também as suas limitações. É na compreensão da falibilidade humana que detectamos a mão soberana de Deus empreendendo os seus propósitos ao longo da história.
            Lutero não liderou um movimento político ou sociológico. A Reforma Protestante do século XVI, antes de qualquer coisa, foi um movimento espiritual, um grande reavivamento espiritual operado por Deus, que começou com uma experiência pessoal de conversão. A reforma não formulou novas doutrinas, ou novas verdades. O seu grande mérito reside na redescoberta da Bíblia em sua pureza e singularidade. A Palavra de Deus, cujas doutrinas estavam soterradas sob os entulhos da tradição, foi resgatada. É por isso que, em sua essência, uma das maiores lições que a Reforma Protestante tem a nos ensinar é justamente a verdade de que o segredo do sucesso, na esfera da Igreja e das coisas do Espírito, é nunca desprezar as antigas doutrinas da graça e em momento nenhum ou sob quaisquer circunstâncias abandonar a Palavra da Verdade.
            Em nosso estudo sobre a reforma, detemo-nos um pouco sobre o contexto dos eventos. Basicamente os problemas estavam em quatro áreas:
                        A - Espiritualè Não existia vida ‘espiritual’, era uma gama de rituais obsoletos, frios e distantes do povo.
                        B - Teológico (doutrinária) è Existiam, dentre muitos outros, os problemas da: 1) Mariolatria e o culto aos santos; 2) Os sacramentos, de dois, passaram para sete, com ênfase na confissão auricular e na penitência (todos eram obrigados a se confessar ao sacerdote pelo menos uma vez por ano e quem confessava tinha que fazer penitências); 3) O purgatório e as indulgências. A igreja cria que possuía o perdão divino e podia concedê-lo aos pecadores; 4) A doutrina da salvação pelas obras; 5) A doutrina da sucessão petrina è O papa é o vigário de Cristo; ou, “O santo vigário” – “Vicários” Latim, sig. “Substituto”; 6) A Simonia (a venda de cargos eclesiásticos). Somado a isto tudo, o povo não podia ler a Bíblia.
                        C - Moralè A corrupção do clero e dos mosteiros era algo extremamente triste. A avareza, a opulência, a orgia e as imoralidades eram as principais marcas do alto clero, principalmente no papado dos papas Alexandre VI e Leão X.
                        D - Socialè A Igreja estava rica e o povo cada vez mais pobre. Em uma de suas 95 teses, Lutero argumentou que é melhor dar aos pobres e emprestar aos necessitados do que comprar indulgências.
            Para corrigir estes e outros erros e restaurar a verdadeira Igreja, os reformadores procuraram resgatar as sempre novas e verdadeiras doutrinas da graça. Assim, não somente devemos relembrar o poderoso avivamento do século XVI, denominado de Reforma Protestante, como também, restaurar e praticar em nossas vidas, as antigas, porém contemporâneas doutrinas proclamadas pelos reformadores, a saber: Sola Gracia; Sola Fide; Sola Escripture; Sola Dio del Glória.

Pr. Marcos Serjo – Pastor Sênior da IPB Central Cuiabá-MT


terça-feira, 15 de março de 2011

CONSAGRANDO OS FILHOS AO SENHOR!


Josué 24:14 “[...] Eu e a minha casa serviremos ao Senhor”. Lucas 2:22 “[...] Então eles levaram a criança (Jesus) para Jerusalém a fim de apresentá-la ao Senhor, 23 Pois está escrito na Lei do Senhor: “Todo primeiro filho será separado e dedicado ao Senhor.”(NTLH) [...] 52 E crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens”(Leia Josué 24:14-15 e Lucas 2:22-23, 41-52).
            Sabemos que nos planos de Deus, a família, a primeira Instituição, estabelecida ainda no jardim do Éden, é um ambiente indispensável para a formação saudável de todos os seus membros. A família tem insubstituível importância na formação de todos que a compõe, por ser o berço de costumes, hábitos, caráter e crenças.
            Não há dúvidas de que a família é o lugar ideal para o desenvolvimento de relacionamentos relevantes e para o suprimento das nossas necessidades básicas de companheirismo e complementação e, consequentemente, para a formação de pessoas psicossomaticamente saudáveis. É neste contexto que a criação de filhos se reveste de imprescindível importância.
            A Bíblia declara que “os filhos são um presente do Senhor; eles são uma verdadeira bênção” (Sl. 127:3-NTLH). Na tradução atualizada diz: “Herança do Senhor são os filhos”. A palavra herança, do hebraico “נחלה” – nachalah, significa, “possessão, propriedade, herança, quinhão”. Em face de tamanha dádiva, indiscutivelmente, a responsabilidade dos pais crentes (tementes a Deus) assume proporção equivalente.
            Dada a importância dos filhos para Deus, ele mesmo estabelece, com clareza e veemência, o papel dos pais na formação deles. Segundo os planos eternos de Deus, os pais não devem “provocar os filhos à ira” e, em contra partida, de maneira positiva, devem “criá-los na disciplina e na admoestação do Senhor” (Efésios 6:4) e mais, é dever dos pais “ensinar a criança no caminho em que deve andar”, visto que, “a estultícia está ligada ao seu coração, e a correta disciplina a afastará dela” (Prov. 22: 6, 15), tudo isso porque, “a criança entregue a si mesma (certamente) envergonhará a sua mãe”, por outro lado, a boa disciplina “produz sabedoria” (Prov. 29:15).
            À luz dos ensinamentos Bíblicos, os pais devem educar os filhos com toda responsabilidade, jamais deixando de lhes anunciar todos os desígnios de Deus, não só com palavras, mas, principalmente, por meio de atitudes e comportamentos adequados. Isso, impreterivelmente, gerará na vida dos filhos os fundamentos sólidos necessários para o equilíbrio psicossomático indispensável, visando torná-los adultos saudáveis. Os filhos somente entenderão as maravilhosas verdades da Palavra de Deus, quando elas forem vivenciadas nos relacionamentos familiares, em especial, dentro de suas casas. “O desenvolvimento espiritual de uma criança começa na sua casa” e, por isso, os pais não podem delegar tal responsabilidade a terceiros (Escolas, Igrejas, etc).
            A inquietude e a curiosidade, assim como, a observação, são características comuns às crianças, por isso, naturalmente, elas gostam de fazer perguntas e isso se constitui numa excelente oportunidade para ensiná-las a Palavra de Deus. Daí a ordem de Deus em Deuteronômio 6:6-9.
            Infelizmente, atualmente, muitos pais encontram-se desorientados (muitas vezes, desesperados) quanto à educação de seus filhos, especialmente, ante aos desafios da pós modernidade. O que fazer? Como educar os filhos? A despeito das particularidades e potencialidades de cada família, cremos que a Bíblia, tem o melhor, mais equilibrado e eficaz plano de instruções quanto à criação de filhos.  Nela encontramos os princípios eternos de Deus quanto à educação dos filhos na disciplina e na admoestação do Senhor”, para que eles se desenvolvam como Jesus em “sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens”.
      Pode parecer (ou soar) estranho, considerando as liberalidades e permissividades contemporâneas, o propósito divino de que os filhos devem ser educados (criados) na (e em) disciplina e admoestação, entretanto, essa é a única maneira de se criar “homens maduros e perfeitamente habilitados para toda boa obra” (2ªTm. 3:16).
Disciplina trata-se do treinamento prático e cotidiano que objetiva o crescimento em virtude, “que diz respeito ao cultivo de mente e moralidade, e emprega para este propósito ora ordens (ensinos específicos) e exortações, ora repreensão e correções (punição)”.
Finalizando, criar os filhos à luz dos propósitos de Deus não é tarefa fácil, contudo, é possível! Entretanto, exige basicamente três atitudes dos pais, a saber: 1). Conhecer e ter compromisso com a Palavra de Deus. Toda base da educação no lar tem que estar fundamentada na Bíblia, visto ser ela “inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça”; 2). Viver o que ensina e ensinar o que vive. Muitas famílias têm sido ineficazes na educação dos seus filhos por causa de suas próprias incoerências. “O conflito entre o que é ensinado e o que é praticado, leva os filhos a rejeitar, ainda que inconscientemente, os ensinamentos”. A falta de sintonia (coerência) entre a teoria e a prática, destrói a autoridade dos pais e gera a ira nos filhos. A Bíblia diz: “Falai de tal maneira e de tal maneira procedei” (Tiago 2:12); 3). Consciência de que os filhos são “herança do Senhor” (“possessão, propriedade”) e como tal, devem ser criados para o Senhor, consagrados ao Senhor. Os filhos pertencem ao Senhor e é obrigação dos pais crentes criá-los no “caminho reto e certo do Senhor”. Na realidade, o grande objetivo e desejo de qualquer pai crente é poder dizer como Josué: “eu e a minha casa serviremos ao Senhor”. No texto de Lucas (acima), observamos que José e Maria obedeceram a Palavra e consagraram o menino Jesus ao Senhor Deus e, desta forma, contribuiram para que Ele crecesse em “sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens”. Portanto, consagrar um filho ao Senhor, é o primeiro passo para que essa vida seja abençoada em todas as áreas e seja uma grande bênção para todas as futuras gerações. Somente dessa forma experimentaremos o verdadeiro avivamento.

Pr. Marcos Serjo
Pastor Sênior da IPB Central de Cuiabá
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