“Orarás naquele dia: Graças te dou, ó Senhor, porque, ainda que te iraste
contra mim, a tua ira se retirou, e tu me consolas.Eis que Deus é a minha
salvação; confiarei e não temerei, porque o Senhor
Deus é a minha força e o meu cântico; ele se tornou a minha salvação.Vós, com
alegria, tirareis água das fontes da salvação.Direis naquele dia: Dai graças ao
Senhor, invocai o seu nome, tornai
manifestos os seus feitos entre os povos, relembrai que é excelso o seu
nome.Cantai louvores ao Senhor,
porque fez coisas grandiosas; saiba-se isto em toda a terra.Exulta e jubila, ó
habitante de Sião, porque grande é o Santo de Israel no meio de ti (Isaías
12:1-6).
A despeito de inexplicável,
por experiência da nossa alma, já sabemos que o cuidado de Deus por nós é
“assombrosamente maravilhoso” e está fundamentado no Seu caráter Onisciente, Onipotente,
Onipresente, Sábio, Soberano, absolutamente Bondoso e Misericordioso e, se manifesta em nosso
favor de maneira protetoral, provisional e consolativa, o que nos dá segurança e nos faz
descansar nEle.
Saber que Deus, o nosso
Pai de amor é bom e misericordioso, que bondade e misericórdia sempre
(eternamente) farão parte de Seu ser, e que nós, Seus filhos, sempre seremos
alvos dos Seus cuidados, não por nós, mas por Ele mesmo, é extremamente
consolador, contudo, a Bíblia além de nos revelar um Deus que nos protege e que
nos sustenta (supre as nossas necessidades), apresenta-nos um Deus que nos
consola, que nos envolve em “seus braços”, que enxuga dos nossos olhos todas as
lágrimas e que nos ajuda em nossas dores e sofrimentos.
Não
sabemos por que Deus cuida de nós, mas sabemos que Ele cuida!
Entretanto,
a Bíblia nos alerta sobre o inexorável fato dos sofrimentos, aflições,
tribulações, privações e provas e, enfaticamente diz: “Muitas são as aflições do justo, mas o SENHOR
o livra de todas” (Salmos 34.19).
A Bíblia tem muito que
dizer sobre os sofrimentos e, de forma geral, na maioria dos casos, de forma
positiva. Embora, a disposição religiosa prevalecente não seja favorável à
doutrina do sofrimento, precisamos entender que tal assunto recebe tratamento
especial nas Escrituras, por isso, não pode ser tratado com displicência ou
leviandade, como algo de somenos importância. Tal doutrina merece reverente e
cuidadosa atenção dos filhos de Deus.
Desde o primeiro choro
ao nascer, até ao último e angustiado suspiro, a dor e os sofrimentos, de
alguma forma ou intensidade, seguirão os passos dos seres humanos. A despeito do
credo religioso, todos, nesta vida, estão sujeitos aos mais variados tipos de
sofrimentos (perdas, explorações, pesares incontáveis, decepções, frustrações, separações,
traições e dores, etc...). Ademais, existem os sofrimentos que são conhecidos
(experimentados) somente pelos cristãos. É o sofrimento voluntário, a que o
cristão se sujeita consciente e deliberadamente por amor a Cristo (2ªTm 2:8-9).
Sendo assim, ser-nos-á
recompensador saber o que Deus nos ensina nas Escrituras sobre os sofrimentos,
bem como, que Ele sempre nos conforta em meio às tormentas. O nosso Pai de amor
nunca fica alheio à dor dos Seus filhos, como expressou o poeta: “Não penses
que um suspiro possas dar que o teu Criador não esteja bem a par; não penses
que à tua lágrima de dor perto de ti não esteja o teu Criador”.
Nesta oportunidade
estudaremos sobre o cuidado consolativo de Deus: “Bendito seja o
Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai de misericórdias e Deus de toda
consolação!É ele que nos conforta em toda a nossa tribulação [...]” (2ª Coríntios 1:3-4).
O texto paulino
revela-nos o velho apóstolo exaltando a Deus por ser Ele “Pai de misericórdias
e Deus de toda consolação”. A despeito de todas as tribulações, angústias,
sofrimentos e até mesmo o desespero, Paulo exalta a Deus que em todos os
momentos o cobriu com a Sua terna consolação.
A palavra CONSOLAÇÃO (do
grego“Parakletos”) significa “encorajamento”, “exortação”, “consolo”, “socorro”,
“colocar-se
ao lado de”.Em apenas cinco
versículos (2ª Co 1:3-7),esta
palavra em suas várias declinações aparece 10 vezes. Isto mostra que a intenção
do apóstolo era deixar claro que o nosso Pai é “Deus consolador”, visto que, em
sua visão, a vida cristã envolve sofrimento e a consolação de CRISTO.
Com a mesma convicção
do salmista no Salmo 94:19 (“Nos muitos cuidados que dentro de mim se
multiplicam, as tuas consolações me alegram a alma”), Paulo ensina que as
aflições abundantes são contrabalançadas por um consolo transbordante (“Porque, assim
como os sofrimentos de Cristo se manifestam em grande medida a nosso favor,
assim também a nossa consolação transborda por meio de Cristo” - 2ª Co 1:5).O apóstolo aprendeu,
nas suas muitas aflições, que nenhum sofrimento, por severo que seja, poderá
separar o crente dos cuidados e da compaixão do seu Pai celeste (Rm8:35-39).
Em 2ª Co 1:6, o apóstolo diz que o
propósito das tribulações se relaciona com o nosso“consolo” e “salvação”.
Entendendo assim, aprenderemos a louvar a Deus em todas as situações de nossas
vidas. O consolo e a salvação de Deus se manifestam no momento em que aceitamos
os Seus desígnios, mesmo quando não os entendemos. “De boa vontade, pois,
mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo” (2ª Co 12:9). Samuel Rutherford (pastor e teólogo escocês,
membro da Assembleia de Westminster – 1643) dizia: “louvai a Deus pelo martelo,
pela lima e pela fornalha”.
“…o
Deus de toda consolação”.Todos
os nossos confortos vêm de Deus, isto é, a ajuda e o conforto que desejamos
estão nEle. Contudo, não podemos nos esquecer de que o consolo com que Deus nos
consola, serve de experiência que nos capacita a consolar os outros (2ª Co 1:4).
Deus sempre nos
conforta, isto significa que:sempre nos
encorajará nos momentos difíceis; sempre
nos socorrerá nas provas e tentações
(Sl 38:22; 40:13 e Hb 2:18); sempre nos
consolará nas dores e angústias.
É por demais
gratificante, saber que o nosso Pai de amor sempre nos consola. O crente,
impreterivelmente, passará por muitas aflições, provas e tentações, mas o Senhor
sempre o ajudará a enfrentá-las(HNC
165).Deus não nos deixa sós!"Regozijai-vos
na esperança, sede pacientes na tribulação, na oração, perseverantes"
(Rm12:12).
Pr. Marcos Serjo
Pastor Sênior da IPB Central de Cuiabá
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