quinta-feira, 10 de novembro de 2011

OBEDIÊNCIA: A MOLA MESTRA DO CARÁTER!


22 “Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos. 23 Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla, num espelho, o seu rosto natural; 24 pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era a sua aparência. 25 Mas aquele que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar” (Tiago 1:22-25).

                Nas próximas seis pastorais, a partir do amor, o fruto do Espírito Santo (Gl5:22-23), estudaremos as bases estruturais do caráter cristão, a saber: a obediência, a fé, paciência, a bondade, o domínio próprio e a mansidão.
                Convém notar, porém, que disporei a ordem das virtudes de forma lógica e não cronológica, conforme os objetivos das pastorais.
                Sem dúvidas, especialmente, nas duas últimas décadas, a Igreja Evangélica Brasileira, de forma geral, tem vivenciado uma verdadeira crise existencial, por conseguinte, tem estado mergulhada em uma crise de identidade. Na maioria dos casos, o maior problema não é saber quem é quem? Mas, saber quem “É”? Se “É”, de fato! Temos presenciando o que pode ser chamado de “crise do SER” e, biblicamente, a meu ver, o cerne do problema está no CARÁTER. O caráter de Cristo não tem sido formado no caráter dos crentes. Os crentes dos nossos dias estão cada vez menos parecidos com Cristo!
                Segundo John Sttot, renomado teólogo inglês, recém-falecido (27/07/2011), “o poder do evangelho está na diferença dos crentes”, sendo assim, penso que na essência, o problema da Igreja contemporânea está no “ser”. Até mesmo porque, a despeito dos planejamentos, métodos e estratégias (que têm valores intrínsecos), Deus unge e usa pessoas. A eficiência dos métodos e a notoriedade dos resultados dependerão dos executores!
                Na realidade todos os crentes foram chamados para o trabalho cristão (1ªPe 2:9; 1ªCor.9:16), contudo, a habilitação para esta obra depende da formação do caráter. O propósito de Deus é forjar caráter de Cristo em cada cristão, habilitando-o para toda boa obra (2ªTm 3:17).
                O amor verdadeiro, fundamentado na visão, santidade e propósitos de Deus, que expurga o fingimento (2ªCo6:6), a hipocrisia (Rm12:9), o egoísmo e a superficialidade (1ªJo3:18), é a virtude que embasa e completa todas as demais virtudes que formam o caráter do crente.
                Nesse contexto do amor, a virtude mãe, a obediência surge como a mola mestra para o desenvolvimento do caráter cristão.
                A santidade começa na mente e se expressa nas ações e isto será impossível se não houver uma atitude de diligente obediência em todas as áreas da vida.
                A essência do pecado consiste na desobediência do homem à vontade de Deus, expressa nas Escrituras Sagradas. Segundo o Breve Catecismo, “pecado é qualquer falta de conformidade com a lei de Deus, ou qualquer transgressão desta lei”.
                Em contra partida, obediência significa “ouvir a expressão da vontade de Deus, corresponder a ela e executá-la”. Em outras palavras, obediência tem relação com retidão e prática.
                A desobediência gera o pecado e leva à morte; a Obediência gera a justiça e leva à vida eterna (Rm 5:19; Hb5:8).
                A virtude mais elementar para um verdadeiro discípulo é exatamente a obediência.  É condição indispensável para ser considerado filho de Deus.
                A Bíblia nos apresenta algumas considerações sobre a obediência, senão vejamos: deve ser de todo o coração (Dt26:16); é o preço para o sucesso (Js1:8; Tg1:25); é melhor que sacrifício (1ªSm 15:22); garante a entrada no reino de Deus (Mt7:21); é imperativo da vida cristã (At 5:29); é a chave do conhecimento espiritual (Jo7:17); garante a benção da comunhão divina (Jo14:23); prova a filiação divina e garante longevidade (1ªRs 3:14; Jó36:11).
                O crente que anda em Obediência, conhece a Deus e a vontade d’Ele para sua vida, e o seu proceder alegra o coração de Deus.
                Entendo que a fé, a certeza e a confiança de que precisamos, para em Cristo sermos mais que vencedores, dependem do nosso caráter bem formado n’Ele.
                O caráter tem relação com o “homem interior”, é o que somos por dentro, principalmente, quando não tem ninguém por perto e, isto tem relação direta com a obediência a Deus (Dt10:12-13; 30:15-16). O caráter obediente (bem formado) é de extrema valia nos momentos difíceis.
                “A obediência é o brilhante na coroa de um caráter verdadeiramente cristão”. “Bem-aventurados aqueles que lêem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas nela escritas, pois o tempo está próximo” (Ap 1:3).

Rev. Marcos Serjo
Pastor Sênior da IPB Central de Cuiabá

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